A crise econômica, que começa a afetar vários setores da economia brasileira, não deverá atingir o consumo, nem a produção de café no país. A expectativa da Associação Brasileira das Industrias de Café (Abic) é de crescimento de 5% na produção e consumo este ano.
“O café é um produto de consumo diário, tradicional do povo brasileiro. O custo do café é baixo para os consumidores e, por isso, não enxergamos motivo para queda no consumo”, afirmou o presidente da Abic, Natan Herszkowicz, em entrevista ao programa Revista Brasil, da Rádio Nacional AM, no Rio de Janeiro.
Segundo ele, além do consumo, a própria produção nos últimos anos está crescendo em todas as direções. O Brasil é o maior produtor e exportador mundial de café, há mais de um século. “Produzimos muito mais do que os concorrentes. Exatamente por isso, o Brasil é o maior exportador e o segundo maior consumidor de café. O brasileiro gosta de beber café – pesquisas da Abic indicam que 97% da população acima de 15 anos declaram que consomem e que vão continuar consumindo em 2009.”
A cafeicultura brasileira caracteriza-se por ser bianual, ou seja, num ano a árvore produz muito, no outro, produz menos. “Em 2008, tivemos uma safra grande, quase um recorde, com 46 milhões de sacas colhidas. Neste ano, então, o setor cafeeiro vai produzir naturalmente menos”, explicou Herszkowic.
A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) estima que neste ano sejam colhidas cerca de 38 milhões de sacas, 19% a menos do que no ano passado. Porém, com os estoques remanescentes e a soma destes com a safra nova, a colheita deve ser suficiente para que o setor tenha bom desempenho tanto nas exportação quanto no suprimento do mercado interno.
O otimismo é uma boa notícia para os produtores de toda região, mesmo com o preço dos adubos nas alturas. Apesar da queda dos preços dos adubos no fim do ano passado, agricultores ainda consideram absurdos os valores e afirmam, principalmente pequenos produtores, que tocar uma lavoura de café está ficando cada vez mais difícil. Alguns pensam até em abandonar o negócio devido as dificuldades. A maioria reclama que o ganha com a colheita, muitas vezes, é suficiente somente para cobrir as despesas.
Willian Chaves com informações do Portal Uai
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