O topônimo originou-se de mayguaçu palavra indígena que significa rio grande, usada pelos gentios para designar o rio local. Mais tarde, a região ficou conhecida por Sertão do Manhuaçu.
Os primeiros desbravadores procedentes do litoral, à procura de ouro e poáia - erva da família das rubiáceas que fornece a ementina - penetram o vale do Manhuaçu através dos rios Doce e Manhuaçu.
Fixando-se às margens do rio São Luís, afluente do rio Manhuaçu, o Guarda-Mor Luís Nunes de Carvalho e o Alferes José Rodrigues de Siqueira Bueno, vindos de Ponte Nova e de Abre Campo, implantaram os primeiros estabelecimentos agrícolas.
A animosidade entre silvícolas e desbravadores fez com que o Curador Nicácio Brum da Silveira fundasse, em 1843, um aldeamento para os índios no local hoje conhecido por Ponte da Aldeia, cabendo-lhes também, as vertentes que desaguam no rio São Luís.
Muitos estabelecimentos agrícolas foram surgindo e o povoamento progrediu. Em 1846, Antônio Dutra de Carvalho, autorizado pelo Curador de Manhuaçu, alugou os índios para abertura das primeiras estradas da região, beneficiando a criação de suínos e o cultivo do café.
Emancipado em 5 de novembro 1877, Manhuaçu só passou à condição de cidade alguns anos depois. Nesse período, perdeu uma área territorial que originou mais de 70 municípios da porção leste do estado de Minas Gerais. O primeiro distrito a se emancipar foi Caratinga, em 1890, e os últimos, Reduto e Luisburgo, em 1995. Hoje o município tem 622 km² e continua sendo o maior da micro-região, além de ser pólo-econômico ,de prestação de serviços e oferecer a melhor infra-estrutura hoteleira para turismo da região Vertente do Caparaó.
A Igreja de São Lourenço, no Centro da cidade, foi construída por escravos em 1892. Novos empreendimentos hoje tomam conta de toda área central, mas arquiteturas antigas de vários estilos e belezas naturais se destacam na exposição da Casa do Artesão, famosa por seu acervo que reúne o trabalho de aproximadamente 80 profissionais.
Atualmente, além da sede, os distritos são: Dom Correia, São Sebastião do Sacramento, Vila Nova, Realeza, Ponte do Silva, São Pedro do Avaí, Palmeiras do Manhuaçu e Santo Amaro de Minas, com as vilas de Palmeirinhas, Bom Jesus de Realeza.
A ocupação e o povoamento da Zona da Mata, onde está Manhuaçu, tem muita relação com os povos indígenas, mas o desenvolvimento do café, sua principal riqueza, aconteceu com grande destaque durante o Ciclo do Ouro, no Brasil Colônia. Enquanto as regiões de Ouro Preto, São João del-Rei, Mariana e Congonhas se baseavam na extração mineral, a Zona da Mata se dedicava aos produtos agrícolas, justamente para suprir a demanda dos mineradores.
Os primeiros grupos de sertanistas que chegaram às partes dos rios Pomba, Muriaé e Manhuaçu tinham como objetivo a captura dos índios para trabalharem como escravos nas fazendas, além de buscas de riquezas minerais e medicinais, como a planta chamada poaia ou ipecacuanha.
No início do século XIX, o comércio de poaia se estabeleceu em Manhuaçu, através de Domingos Fernandes Lana que, junto com os índios, abriu caminhos para diferentes locais da área recebendo o título de desbravador do Manhuaçu.
Alguns anos mais tarde, o guarda-mor Luís Nunes de Carvalho e o alferes José Rodrigues da Siqueira Bueno, vindos de Ponte Nova e Abre Campo (Manhuaçu pertenceu a Ponte Nova até 1877), implantaram as primeiras unidades de exploração agrícola, usando da mão de obra indígena.
Em 1830, com o declínio do Ciclo do Ouro, a agricultura crescia em toda Zona da Mata, e Manhuaçu já adotava o café como sua principal cultura. Com isso, os garimpeiros passaram a migrarem para as lavouras de café. Entre 1822 e 1880, a região viu seu número de habitantes saltar de 20 para 430 mil pessoas. Nesse período, o café já havia se tornado o principal produto de exportação de Minas Gerais.
Diversas fazendas foram surgindo, aumentando desta maneira o número de povoadores, que começaram a trazer suas famílias, criando gado bovino e suíno e iniciando o plantio de café, e assim, iniciando as primeiras abeturas de estradas da região. Contudo, o transporte era um grande obstáculo e aumentava os custos do café, vindo melhorar somente com a construção de ferrovias, como a Leopoldina Railway e Dom Pedro II.
Conforme o Diagnóstico Municipal de Manhuaçu (Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de Minas Gerais – Sebrae, 1996): “A parte que corresponde a Manhuaçu, entre 1860 e 1874, também foi influenciada com a chegada de imigrantes alemães, suíços e franceses, vindos da Colônia de Nova Friburgo (RJ) e do Vale do Canaã (ES)”. Na mesma época, havia três povoados, que nucleavam a população residente nas fazendas do atual Manhuaçu: Santa Margarida, São Simão e São Lourenço. Foi neste último que surgiram, em 1872, as primeiras manifestações em prol da emancipação político-administrativa.
A freguesia de Manhuaçu foi criada em 1875 e instituída em 1878, enquanto o município foi criado em 5 de novembro de 1877. Sua sede inicialmente foi em São Simão (hoje Simonésia) e transferida para a Vila de São Lourenço em 1881.
O café se tornou o grande impulsionador da economia da região. Muriaé foi considerada a maior exportadora do grão. Manhuaçu também se desenvolveu através do cultivo do café e cresceu. No entanto, em 1896, a disputa pelo poder local entre dois coronéis, Serafim Tibúrcio da Costa e Frederico Antônio Dolabela, teria provocado conseqüências negativas na economia.
Após perder as eleições de modo considerado fraudulento, o Coronel Serafim Tibúrcio e seu companheiro Coronel Antônio de Miranda Sette pegaram em armas, proclamando a República de Manhuaçu, inclusive emitindo títulos de crédito em nome da Fábrica de Pilação de Café e nomeando autoridades. A polícia estadual não conseguiu superar os coronéis Tibúrcio e Antônio de Miranda e seus homens. Com o apoio das forças federais, o levante foi derrubado e os revoltosos fugiram pelo vale do Manhuaçu, fundando pequenos povoados como Alegria de Simonésia e até o estado do Espírito Santo.
Apesar das disputas políticas e dificuldades, no final do século XIX e início do XX, a população de Manhuaçu já dispunha do jornal O Manhuaçu (criado em 1890), da Estrada de Ferro Leopoldina (1915), da Companhia Força e Luz de Manhuaçu (1918) e do Banco Hipotecário e Agrícola de Minas Gerais (1920). Ainda hoje, vários casarões dessa fase estão de pé e abrigam famílias, empresas e entidades, no trecho antigo da cidade.
Durante o último século famílias italianas e das comunidades árabes se mudaram para Manhuaçu, ampliando a diversidade iniciada com a vinda suíços, franceses e alemães.
Manhuaçu ocupa lugar de destaque em toda região. Principal economia em um reduto de mais de 30 cidades, o município vem se desenvolvendo e modernizando a cada ano. Principal pólo industrial e comercial, a cidade de cerca de 80 mil habitantes se tornou uma espécie de nova moradia para diversas pessoas de toda região em busca de um trabalho e condições de vida melhores.
Parabéns Manhuaçu. Que nossa região continue crescendo e ocupando lugar de destaque no cenário estadual e federal pelas suas riquezas.
Willian Chaves com informações Wikipédia
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