quinta-feira, 5 de abril de 2018

Há tempos não escrevia aqui. Hoje resolvi desabafar!




Sempre achei que tinha nascido na época errada da história. Algumas vezes em minha vida me peguei pensando por que não nasci em meados da década de 1950. Sim! Queria estar na juventude em plena ditadura militar. Queria ter podido lutar. Defender a democracia. Vivenciar aquele momento da história do meu país. Bem, não é que o destino dos tempos programados para minha vida me reservaram páginas de uma história parecida?


Atualmente vivemos tempos sombrios. O militarismo toma conta aos poucos, sorrateiramente. A matança está generalizada. O ódio cresce a cada dia. O fascismo ronda nossa vizinhança. E as instituições brasileiras estão combalidas. Não se confia no Congresso e no Judiciário. Aliás, este último está tão acovardado que perdeu a capacidade de interpretar a Constituição de 1988. Sim, a Carta Magna da nova democracia está virando apenas um livro de cabeceira, aquele fica tanto tempo sem ser mexido e pegando pó.

Hoje, 05 de abril de 2018, talvez seja um dos dias em que mais me perguntei e me respondi ao mesmo tempo. Estaria eu do lado certo da história? Não hesitei! Não há dúvidas! Defendo e defenderei o direito à liberdade e igualdade a todos. Defenderei governos populares, progressistas, democráticos e inclusivos.

Nunca antes na história desse país, tantos brasileiros ascenderam socialmente. E são esses mesmos, que ascenderam, que hoje esbravejam e proliferam o ódio contra quem lhes deu oportunidades.

Lamento profundamente que muitos daqueles que conheci em minha  vida e que tiveram o direito de estudar por conta de programas governamentais como FIES, PROUNI, REUNI, entre outros, não mais poderão ver seus parentes usufruírem destes benefícios. O exemplo dessa oportunidade eu tive dentro de casa. Lamento profundamente que hoje o país seja comandado por um presidente sem voto e que mexe com a vida dos brasileiros todos os dias.

Lamento profundamente que os trabalhadores, sim, aqueles de carteira assinada, ainda não entenderam o jogo que está posto. A desgraça ainda está por vir. Não haverá trabalho. Haverá servidão ou até semiescravidão. Atentem-se!

Lamento por ser apenas uma voz incapaz de reverter tal situação degradante que se encontra os brasileiros. Uns vociferam ódio contra os outros. Não há razão nas discussões. Mentes ludibriadas e tontas por conta de tantas notícias despejadas que  atendem a interesses escusos descontruindo uma sociedade que pensa.

O Brasil hoje chora Lula! Amanhã vai chorar os seus filhos que não tiveram a oportunidade de crescer, a oportunidade de entender a história.

Refleti ao longo do dia se escreveria algo ou não. Resolvi. Me encorajei. Não seria o mesmo Willian se não expressasse minha opinião mesmo com o coração dilacerado, com o medo do futuro reserva.
Tenho certeza que muitos comentários negativos, carregados de ódio, aparecerão na minha ‘timeline’. Mas, compreendi que eu preciso saber quem são esses odiosos com a opinião alheia. Saber para que no futuro volte a encontrá-los(as) para saber se a opinião é a mesma e se teria valido a pena todo esse ódio fascista deste momento.

Chora a democracia brasileira. Chora aqueles que ainda não entenderam a dimensão do caos social que estamos metidos. A classe política está perdida. Não se sabe o que vai acontecer em outubro de 2018. Pode ser que nada aconteça. Pode ser que não tenha nem eleições. E, mais uma vez, o brasileiro perderá o direito de escolha democrática de seu representante.

O futuro, ainda não sei. Só sei que hoje, diante da angústia que me toma, das lembranças das frases do meu pai dizendo que naquela época, não tão distante, ele viu amigos próximos, com renda financeira baixa, conquistar suas cidadanias, dignidades, bens materiais e a felicidade de ver seus filhos formados.

Hoje, 05 de abril de 2018 afirmo: Lula vale a luta! A democracia vale a luta! O Brasil vale a luta! Pelos direitos e garantias fundamentais!

Willian Chaves