Três pessoas de Manhuaçu foram presas em Rio Casca acusadas de envolvimento com tráfico de drogas. Eles são acusados de matar um agricultor e a namorada dele em Raul Soares na tarde desta quinta, 17. Segundo a Polícia Civil em Manhuaçu, o grupo também já tem histórico de outros envolvimentos em crimes.
O duplo homicídio ocorreu no Córrego dos Messias, zona rural de Raul Soares. Um funcionário da fazenda contou que três homens chegaram num Kadett com placa de Manhuaçu procurando o agricultor Luciano Lincoln Leal, 37 anos. “Eles ficaram esperando até ele chegar, aí começaram a discutir, falaram que estavam ali para cobrar uma dívida e um deles atirou na perna direita do Luciano”, contou o empregado aos policiais militares.
Segundo a polícia, foram presos Alekson Ferreira de Melo, 36 anos; Reginaldo dos Santos Oliveira, 30 anos, e Anderson Lopes de Souza, 21 anos. Eles são moradores do bairro Engenho da Serra, em Manhuaçu.
MORTE DE LUCIANO E DA NAMORADA
Depois do primeiro tiro, o caseiro da propriedade foi trancado no banheiro. Ele contou que eles deram voltas com Luciano ao redor da casa e depois pararam perto do curral. “Ele entregou uma espingarda e foi nessa hora que deram um tiro na cabeça dele”, contou. Luciano morreu na hora.
O trio saiu e encontrou com a namorada de Luciano, Fernanda Pereira Alves, 21 anos, a cerca de 300 metros da propriedade. Ele deram um tiro e mataram a mulher. A moto dela foi jogada num matagal perto do corpo.
Segundo o Comandante do 6º Pelotão da Polícia Militar em Raul Soares, 1º Ten Sanglard, suspeita-se que os homicídios são fruto de acerto de contas de tráfico de drogas, o que está sendo fortemente combatido em Raul Soares e região.
560 GRAMAS DE CRACK
A Polícia Militar de Raul Soares acionou o plano de cerco e bloqueio e, durante o rastreamento, policiais de Rio Casca prenderam o trio no trevo da MG-329 com a BR-262.
Por volta de 15 horas, os policiais abordaram o Kadett dirigido por Reginaldo dos Santos Oliveira, acompanhado de Alekson e Anderson. No porta-malas, os militares encontraram 560 gramas de crack em duas pedras. Alekson disse que é pasta base de crack.
No bolso da bermuda de Reginaldo, os policiais encontraram um celular e uma corrente de metal dourado que supostamente pertencem a uma das vítimas do homicídio.
Alekson admitiu que comprou a droga de um traficante no morro das pedras em Raul Soares por 5.500 reais e que pretendia vendê-la em Manhuaçu.
PASSADO DE CRIMES
O delegado Getúlio Vargas Lacerda afirmou que os envolvidos no homicídio e no tráfico já têm um histórico criminal em Manhuaçu.
Em Janeiro, Alekson e a namorada foram presos acusados de cometer dois roubos em Simonésia, no dia 13 daquele mês. Um terceiro envolvido foi preso no dia seguinte.
Alekson Ferreira de Melo, 36 anos, e Bruna Ribeiro Ramos, 27, acompanhados de um rapaz identificado como “Loirinho”, de Caratinga, foram até a propriedade de Nacif Leite de Paula, na zona rural de Simonésia. Chegaram num Gol prata dizendo que eram vendedores de mudas de laranja.
Quando desembarcaram, armados com dois revólveres, anunciaram o assalto. Levaram a carteira com documentos e 680 reais. Ainda pegaram duas bombas de pulverização e dois amortecedores e deram um tiro no interior da casa para intimidá-lo.
Na época, o trio saiu da zona rural e cometeu outro roubo, já na cidade. Eles chegaram quando o sapateiro Marcelo de Abreu estava fechando sua sapataria. Eles entraram por uma porta lateral, renderam as pessoas e as trancaram no banheiro.
O grupo deixou as bombas de pulverização e amortecedores e levou pares de sapatos e sandálias, um computador, teclado e violão, além de 110 reais. Em seguida, fugiram com o Gol em direção a MG-111, que dá acesso a Manhuaçu.
Diante das informações foi acionado cerco e bloqueio. Policiais da ROTAM avistaram o Gol em sentido contrário em alta velocidade. Os militares fizeram o acompanhamento do veículo e conseguiram cercá-lo em uma rua sem saída no bairro Pinheiro, em Manhuaçu.
Os três abandonaram o carro e saíram correndo pelas ruas do bairro. Num lote vago, Alekson e Bruna foram dominados e algemados. O terceiro indivíduo, identificado apenas como “loirinho” conseguiu fugir e acabou preso no dia seguinte.
Segundo delegado, além de Alekson, os outros dois também já são conhecidos da Polícia Civil. “São presos albergados. Agora com a confirmação desses novos fatos, será revogado o benefício do albergue”, admitiu.
Carlos Henrique Cruz
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