Pesquisa do Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas (Cebrid), da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), mostra que 80,3% dos estudantes do 8º e do 9º ano do ensino fundamental e dos três anos do ensino médio da rede particular da cidade de São Paulo já usaram álcool na vida.
Em um ano, o uso foi apontado por 63,1% dos 5.226 adolescentes entrevistados na pesquisa, que tinham entre 12 e 18 anos em 2008, quando foi feito o levantamento. No mês em que foi realizada a pesquisa, o uso foi de 39,6%.
Para os pesquisadores, um dado alarmante é o fato de 33% dos estudantes do ensino médio terem dito que haviam tomado cinco doses de bebida alcoólica ou mais em uma única ocasião, prática conhecida como 'binge' nos Estados Unidos, no mês do estudo.
“Apesar de outros dados mostrarem o consumo alto de álcool por jovens, constatar que tantos estudantes haviam tido um episódio de 'binge' num momento tão recente à pesquisa é um dado chocante”, afirmou uma das pesquisadoras, Zila van der Meer Sanchez.
Segundo o levantamento, o álcool foi a droga primeiramente experimentada pelos adolescentes, seguida de tabaco e inalantes. Os adolescentes experimentam álcool por volta dos 12 anos de idade; e tabaco, por volta dos 13.
Do total, 7,3% dos entrevistados do sexo masculino e 5,4% do sexo feminino afirmaram ter praticado "binge" de 3 a 5 vezes no mês da pesquisa. Segundo o estudo, a informação sugere que a prática é comum e frequente entre os adolescentes e é um dos dos principais comportamentos de risco praticado pelos jovens.
O primeiro consumo de álcool, de acordo com o estudo, ocorreu para a maior parte dos estudantes na própria casa. A porcentagem foi de 46% dos casos. O segundo lugar mais citado como local de primeiro uso foi a casa de um amigo, com 26% do total.
O tabaco foi a segunda droga mais consumida pelos entrevistados, porém, com prevalência muito inferior à de álcool. Enquanto 80% da amostra já havia bebido pelo menos uma vez na vida, cerca de 23% dos meninos e 25% das meninas fumaram uma vez na vida.
O estudo traz sugestões sobre possíveis ações preventivas, com o início em idades precoces, com ênfase em drogas lícitas como bebidas alcoólicas e cigarro (tabaco). Além disso, a orientação de pais deve ser considerada, com atenção especial a questões relacionadas à negociação de limites e exemplos familiares.
Programas de prevenção devem contar com alicerce comum, mas oferecer peculiaridades por gênero, visto que meninas são maiores consumidoras de medicamentos psicotrópicos sem receita médica e meninos, de drogas ilícitas.
G1.com
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