sexta-feira, 25 de julho de 2008

Nelito, ex-prefeito de Santa Margarida, é liberado pela Justiça e diz ter sido vítima de armação

A prisão preventiva do ex-prefeito de Santa Margarida, Manoel Pereira Lima, o Nelito, foi revogada pela Justiça de Manhuaçu nesta quarta-feira. Desde o dia 05, ele foi mantido preso no Hospital Municipal Jatyr Guimarães de Paula, em Santa Margarida, acusado de ser o mandante do assassinato de Bernardo Mendonça Tebet. Depois dos depoimentos de terça-feira, Wellington Martinez e Edmardo Antônio reafirmaram a versão de que o advogado contratou a própria morte e teriam dito que foi tudo armado para incriminar Nelito.
No início deste mês, o delegado Cristiano Augusto Xavier deu voz de prisão a Nelito na tarde de sábado em sua casa na rua do Rosário em Santa Margarida. Com a notícia, o ex-prefeito sofreu um edema pulmonar grave e quase perdeu a vida. Nelito infartou no dia 17 de maio de 2008, fez uma angioplastia no Hospital Madre Teresa em Belo Horizonte e estava se recuperando.
Nesse intervalo, segundo seus advogados, o ex-prefeito foi intimado pelos promotores para prestar depoimento e enviou atestado médico que comprovam sua saúde debilitada. O Ministério Público insistiu para que ele fosse assim mesmo e mandaram nova intimação que foi aceita e novamente enviado o atestado solicitando um período necessário antes para sua recuperação. Depois que o juiz titular tirou férias, os promotores apresentaram novo pedido e, no dia 04 de julho, foi decretada a prisão preventiva.
Na terça-feira, Nelito foi levado para audiência na presença da juíza Renata Bonfim, acompanhado de seus advogados Dr. Afrânio Otoni, Dr. André Myssior e Dr. Giorgio Collina, do escritório Abi-Ackel Advogados Associados, de Belo Horizonte.
Segundo uma fonte, ele prestou todos os esclarecimentos e disse que foi vítima de um “atentado contra a sua vida, já que os promotores sabiam de antemão que ele poderia morrer se fosse conduzido para cadeia de Manhuaçu, como fora determinado”. Nelito apresentou sua defesa negando o teor da denuncia que considerou maliciosa e caluniosa e se disse tranqüilo pois “nunca fez mal a ninguém, muito menos ao Bernardo”.
Logo após seu depoimento Nelito foi autorizado a voltar para o hospital em Santa Margarida.
ACORDÃO
Os advogados de Nelito argumentam que a denúncia contra o ex-prefeito foi um plano arquitetado para incriminá-lo por causa do seguro de dois milhões e meio de reais.
Wellington Martinez, o réu confesso do assassinato, teria sido contemplado pelo programa de proteção a testemunha, saiu da cadeia e está preso no batalhão.
Segundo a denúncia, pessoas interessadas no seguro teriam feito um grande acordo em que abafariam o inquérito apurado de suicídio, Wellington incriminaria Nelito, que morreria devido a sua saúde debilitada, e o dinheiro do seguro seria liberado.
Os mentores e participantes da nova história receberiam R$ 750 mil.
Na audiência de terça-feira, Edmardo Antônio e Wellington Martinez teriam contado toda a história do suposto acordão e que tudo foi armado para incriminar o ex-prefeito. Eles teriam mantido a história de que Bernardo contratou a própria morte para deixar o seguro para sua família.
Na terça-feira, diante desse novo quadro, o advogado Afrânio Otoni solicitou à juíza que, “tendo em vista o teor dos depoimentos prestados, sobretudo do réu Wellington, invocando os princípios da inocência e da razoabilidade e da proporcionalidade, bem como a patente ausência de provas, a revogação da prisão preventiva de Nelito”.
Na quarta-feira, a Dra. Renata Bomfim determinou a revogação da prisão preventiva de Nelito.
Carlos Henrique Cruz

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