quarta-feira, 27 de abril de 2011

Vice-governador de Minas acumulou 41 pontos na CNH em quatro meses

O senador Aécio Neves (PSDB) não é a única autoridade mineira que tem enfrentado problemas com os órgãos de fiscalização do trânsito. Assim como aconteceu com o senador, que perdeu o documento de habilitação por dirigir com documento vencido - além de ter se recusado a fazer o teste do bafômetro -, o vice-governador do Estado, Alberto Pinto Coelho (PP), (foto) também corre o risco de ficar sem a carteira de motorista. É que o ex-deputado e ex-presidente da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) soma 41 pontos em seu documento. O Código Brasileiro de Trânsito determina a suspensão provisória do direito de dirigir aos motoristas que atingem 20 pontos na carteira no período de um ano.

O ex-parlamentar recebeu nada menos do que nove multas de trânsito no ano passado. A maioria delas, por excesso de velocidade. Oito das nove autuações de Alberto Pinto Coelho aconteceram entre o final do mês de agosto e o final do mês de setembro, no período mais agitado da campanha eleitoral. Todas as oito se deram por excesso de velocidade, sempre a bordo de uma caminhonete Captiva Sport AWD 2009/2010.

Na última delas, às 23h24 do dia 30 de setembro de 2010, o carro do vice-governador ultrapassou em mais de 50% a velocidade permitida no trecho da MG-262 próximo ao bairro Nações Unidas, em Sabará. Dessa autuação e de uma outra, ocorrida no mesmo trecho, no dia 22 de setembro de 2010, Alberto Coelho ainda pode se livrar, já que o juiz da 1ª Vara Cível, Criminal e da Infância e da Juventude da comarca de Sabará, Marcos Antônio da Silva, determinou a suspensão das multas aplicadas pelos aparelhos instalados no local, por suspeita de irregularidades nos equipamentos.

As outras seis multas por excesso de velocidade foram registradas nas avenidas Antônio Carlos e Andradas, em Belo Horizonte. Na avenida Antônio Carlos, Alberto Pinto Coelho foi multado por três radares diferentes, em um intervalo de apenas três minutos, na madrugada do dia 10 de setembro. As outras duas foram registradas na manhã e na noite do dia 18 de setembro. Na avenida dos Andradas, a multa foi registrada na madrugada do dia 28 de agosto.

Alberto Pinto Coelho também perdeu quatro pontos na carteira por dirigir falando ao celular ou utilizando fones de ouvido, na avenida José Cândido da Silveira, no dia 12 de novembro, às 12h15. Na ocasião, segundo o site do Detran-MG, Alberto Pinto Coelho dirigia outro carro de sua propriedade: uma Hyundai Tucson de cor preta.

O vice-governador de Minas ainda pode perder mais 11 pontos na carteira. Isso porque a mesma Hyundai Tucson preta foi multada duas vezes por excesso de velocidade, ambas na MG-158, em Itanhandu, nos dias 22 e 23 de janeiro deste ano. As multas ainda não foram pagas e o prazo de recurso ainda está correndo, por isso os pontos não foram lançados na carteira de nenhum condutor.

Carros. Os dois veículos usados por Alberto Pinto Coelho nas autuações estão registrados na declaração de bens entregue à Justiça Eleitoral nas eleições 2010. A Captiva valeria R$ 105 mil e a Tucson, R$ 90 mil.

Assessoria diz que ainda há prazo para a defesa
O vice-governador de Minas, Alberto Pinto Coelho (PPS), justificou ontem a pontuação acima do permitido em lei em sua habilitação. Por meio de nota, sua assessoria de imprensa informou que os veículos Captiva Sport e Hyundai Tucson, que estão no nome do vice-governador, "são utilizados por pessoas da família e por motoristas".

Além disso, também foi informado que Alberto Pinto Coelho já foi notificado pelo Departamento Estadual de Trânsito de Minas Gerais (Detran-MG) e que está aguardando para "apresentar a respectiva defesa junto ao órgão de trânsito".

De acordo com o Código de Trânsito Brasileiro, caso o condutor ultrapasse o limite de 20 pontos em infrações, é aberto um processo administrativo contra ele. O habilitado é notificado da ação e tem até 60 dias para apresentar sua defesa. No caso do vice-governador, foi informado por sua assessoria que ele ainda está no prazo de recorrer do processo.

Caso o Detran-MG não acate a defesa, ele será novamente notificado e terá que entregar sua habilitação ao órgão. (Carla Kreefft)

Willian Chaves com informações de O Tempo e Assessoria do Vice-Governador de Minas

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