O golpe para receber o seguro de um caminhão no valor de 103 mil reais quase deu certo. Os envolvidos com o esquema planejaram tudo, só não contavam com a inteligência da Polícia Civil de Manhuaçu. O delegado Rodrigo Vinícius conta que o motorista, os donos do caminhão e os ladrões teriam ganhos com o esquema.
O caminhoneiro Marcone Albert Oliveira procurou a polícia no dia 16 alegando que o caminhão que trabalhava foi roubado. “Ele contou que parou num posto de combustíveis de Vilanova (distrito de Manhuaçu), na BR-116, e foi ao banheiro. Quando saiu, foi rendido por dois homens e colocado num porta-malas de um carro. Os bandidos levaram o caminhão e ele foi abandonado em Leopoldina”, explica o delegado Rodrigo Vinícius.
A história começou a cair quando a equipe formada pelo inspetor Linhares e os detetives Hernesto e Reinaldo começou a verificar o rastreamento do caminhão. A empresa de monitoramento enviou um relatório sobre os locais e o itinerário percorridos. A informação não batia.
Num segundo depoimento, utilizando de técnicas de interrogatório, o delegado conseguiu que Marcone Albert confessasse. Ele entrou em contradição várias vezes e acabou admitindo que o objetivo era o seguro.
“Os dois proprietários do caminhão adquiriram o veículo há oito meses. Fizeram o seguro e viram que os fretes não estavam compensando o investimento. Tentaram vender o caminhão e só conseguiram 70 mil. Foi aí que pensaram no golpe”, conta o delegado de polícia. O esquema foi planejado pelos donos do caminhão José Maria Soares Medeiros e Matusalém Soares Medeiros, de Santa Rita de Minas.
Para dar fim ao veículo, o esquema precisava de uma quadrilha especializada. Os irmãos conheciam Robson Cimini. Ele e mais três executaram o suposto roubo do caminhão. Apesar de acusado de chefiar o grupo, Robson nega envolvimento. O caminhão até agora não foi encontrado.
DIVISÃO
A divisão do golpe foi bem estruturada. O motorista receberia cinco mil reais. Os dois irmãos ganhariam o prêmio do seguro no valor de 103 mil e a quadrilha levaria o caminhão e mais a carga de cantoneiras e barras chatas no valor de 38 mil. A empresa contratante do frete não tem envolvimento no esquema.
O grupo foi preso no dia 23 de março. Apenas os três que teriam ajudado no roubo com Robson Cimini é que ainda não foram localizados.
Segundo o delegado Rodrigo Vinícius, foram autuados por fraude de seguro (uma modalidade de estelionato), comunicação falsa de crime e furto qualificado (concurso de pessoa e mediante fraude).
Carlos Henrique Cruz
Nenhum comentário:
Postar um comentário