A denúncia encaminhada pelo Ministério Público à Justiça incrimina os estudantes Edson Poloni Lobo Aguiar, Cassiano Inácio Garcia e Maicon Fernandes Lopes, à época moradores da República Sonata, além de uma prima da vítima, Camila Dolabella Silveira. A promotora Luíza Helena Trocilo Fonseca, responsável pela acusação, pede a pena máxima (30 anos) para todos, por homicídio triplamente qualificado (por meio cruel, motivo torpe e sem chance de defesa à vítima).
A instrução do processo foi concluída em 2005, mas ela diz que uma série de recursos da defesa atrasaram a marcação da data do júri. Além disso, os acusados estão soltos e o julgamento de pessoas presas tem preferência. A sessão estava marcada para outubro do ano passado, mas, devido às eleições, foi adiada. “Os feitos eleitorais também têm prioridade”, explica, acrescentando que o caso precisa de uma conclusão: “É tempo demais, o que gera um desgaste danado à Justiça. A família sofre e o povo de Ouro Preto se incomoda muito com o que ocorreu.”
Aline era de Manhumirim, na Zona da Mata, e viajou a Ouro Preto com Camila e uma menor de 17 anos. Elas se hospedaram na República Sonata a convite de Cassiano, que morava no local com os outros rapazes. A jovem foi encontrada ao lado de um túmulo, com 15 perfurações a faca e um corte profundo no pescoço. Desenhos com o próprio sangue foram feitos no corpo. Os braços estavam abertos e os pés, unidos, como se a vítima tivesse sido crucificada.
O caso ganhou repercussão nacional, principalmente depois que o delegado Adauto Corrêa atribuiu o crime a uma partida de Role Playing Game (RPG), em que os jogadores incorporam personagens. Aline teria perdido o jogo na modalidade Vampiro, sendo punida com a morte.
Fábio Fabrini - Estado de Minas
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