
O JULGAMENTO
O júri foi composto por cinco mulheres e dois homens. A partir de dez horas, começaram a ser ouvidas testemunhas e os dois réus. Essa primeira fase se estendeu até às 23 horas. No processo, de mais de quatro mil páginas, um relato surpreendente de um esquema de café em que Bernardo aparece como o principal pivô.
O oficial de Justiça era executado pela Receita Federal por uma dívida de R$ 18 milhões, por sonegação de impostos. Levantamentos apontaram que ele tinha uma empresa de corretagem de café, que seria usada por produtores rurais para sonegação de impostos da venda do produto.
Edmardo, através de seu depoimento, e sustentado pelo advogado Roberto Gomes negou envolvimento com os crimes. Wellington Soares Martinez sustentou a confissão de que matou Bernardo a pedido dele mesmo para que deixasse o seguro para a viúva.
O Ministério Público, representado pelos promotores Geaninni Maeli Mota Mirande e Fábio Santana, utilizou gravações telefônicas autorizadas pela Justiça em nove telefones para sustentar a acusação de que Bernardo foi executado sem que pudesse se defender.
O oficial de justiça teria a receber de Nelito R$ 100 mil de comércio de sacas de café supostamente ilegal. Nelito é apontado pelo Ministério Público Estadual de ter contratado dois pistoleiros para matar o oficial de Justiça, para não pagá-lo. O delegado do caso foi citado como suspeito de mudar os resultados das investigações iniciais e não acusar Nelito.
O Ministério Público ainda teve a assistência do advogado Reinaldo Magalhães e pedia a condenação dos dois pelos crimes de homicídio e tentativa de homicídio.
O debate entre defesa e acusação atravessou a madrugada. Poucas pessoas assistiram todo o julgamento. A viúva, Mônica Porto Tebet, bastante abalada e se apoiando em uma Bíblia assistiu grande parte do júri.
SENTENÇA
Por volta de 9 horas, os jurados se retiraram para a sala secreta. A sentença foi anunciada pelo Juiz Criminal Dr. Valteir José da Silva por volta de 11 horas.

Edmardo foi condenado a 13 anos pela tentativa de homicídio (reduzidos para 8) e mais 16 anos pelo homicídio. Pena total de 24 anos e oito meses. Wellington, que confessou o crime e aproveitou do benefício da delação premiada teve atenuantes. Foi condenado a 12 anos pela tentativa de homicídio e 15 pelo homicídio (reduzidos para 9). A pena final foi de 13 anos e 4 meses.
O ex-prefeito de Santa Margarida conseguiu que seu processo fosse desmembrado e por isso não foi a julgamento junto com eles.
Eduardo Satil




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