
O Ministério Público acusa que no dia 21 de novembro de 2005, Wellignton Martinez, com intenção de matar, combinado com Edmardo, mediante a promessa de recompensa, atirou várias vezes contra Bernardo, nas proximidades da comunidade de Vila Formosa. O oficial de justiça sobreviveu ao atentado.

A defesa de Edmardo sustenta a tese de negativa de autoria e o advogado Alex Barbosa defende que Wellington matou Bernardo a pedido do próprio oficial de justiça.
O movimento no fórum é fraco e poucas pessoas acompanham o júri. A viúva de Bernardo Mendonça, Mônica Porto Tebet, acompanha todo o julgamento muito abatida e segurando uma Bíblia Sagrada, amparada por amigos.
INDÍCIOS
Apesar das mudanças de versão na confissão de Wellington, o juiz explica na sentença que há indícios suficientes no processo de que o rapaz e Edmardo executaram. O ex-prefeito de Santa Margarida, Manoel Pereira Lima, o Nelito, é apontado como mandante, mas não foi a julgamento por força de medidas tomadas pelos seus advogados, que são do escritório do ex-deputado federal Ibrahim Abi-Ackel. Escutas, quebra de sigilos bancários e telefônicos e depoimentos de testemunhas reforçam essa questão.

100 MIL REAIS
Em 1º de setembro de 2005, Manoel Pereira Lima confessou, mediante escritura pública, lavrada no cartório de Santa Margarida, uma dívida de R$ 100 mil para com Bernardo. O pagamento foi parcelado em quatro vezes: R$ 16 mil à vista; R$ 30 mil em 31 de julho de 2006; mais R$ 30 mil em 2007 e a última parcela de R$ 24 mil em julho de 2008. Como garantia foi dada a hipoteca de uma propriedade rural. Foram pagas duas parcelas, totalizando 46 mil reais.
“Dessume-se que tal fato, a princípio, foi a causa motivadora do envolvimento do acusado Manoel Pereira Lima, com a morte de Bernardo, visto que concordou em confessar a dívida em favor da vítima, mediante escritura pública, sem dizer os motivos e a origem de tal dívida, sendo portanto, indício suficiente de sua participação nas empreitadas criminosas”, concluiu o magistrado.
Sobre a postura da defesa de Edmardo e de Nelito negando a autoria dos crimes, o juiz entendeu que não conseguiram corroborar as versões apresentadas sobre os fatos narrados na denúncia do Ministério Público. “Os acusados poderão renovar a apresentação de suas versões perante o Júri Popular, e, ali, com mais provas, justificar as suas condutas”, argumentou.nelito.
Além de pronunciá-los para julgamento pelo Tribunal do Júri, o juiz manteve Edmardo e Wellington presos até o júri em Belo Horizonte, enquanto Nelito permanece em liberdade, já que atendeu a todos os chamamentos da Justiça para depor.
Eduardo Satil / Carlos Henrique
Nenhum comentário:
Postar um comentário