quinta-feira, 16 de abril de 2009

ABRE CAMPO: Homem atira na cabeça e lamenta não ter matado

“Eu só me arrependo de não ter planejado direito, por isso não consegui matá-lo”. A fala do pedreiro Carlos Henrique dos Santos, 25 anos, mostra o ódio que o rapaz nutriu durante 21 anos contra o vaqueiro Geraldo Acácio de Lima, o Geraldo Vermelho, 44 anos. O garoto cresceu ouvindo as histórias do assassinato da irmã e foi vingar a morte dela. Na manhã, desta terça, em Cachoeira do Livramento, zona rural de Abre Campo, acertou um tiro na cabeça do vaqueiro, mas ele não morreu.
Acompanhado de um colega, Carlos Henrique atirou por duas vezes. A segunda bala não saiu. Ele e o amigo fugiram. O pedreiro foi preso na tarde de terça, perto de um campo de futebol da comunidade, depois de uma denúncia para a Polícia Militar. A bala atingiu Geraldo na cabeça, perto do ouvido. Ele foi internado no hospital da cidade e não corre risco de morte.
VINGANÇA
Segundo o delegado de Abre Campo, Dr. Carlos Roberto, o pedreiro Carlos Henrique saiu de Belo Horizonte para Abre Campo, em companhia de um colega com a intenção de matar Geraldo Vermelho. Armou-se com uma garrucha e passou a vigiar o vaqueiro.
Na madrugada desta terça, aproveitou o momento em que ele estava sozinho no curral e atirou duas vezes. Somente um disparo saiu. O rapaz ainda fez uso de crack e álcool antes do crime.
Há 21 anos, Geraldo Vermelho matou a irmã de Carlos Henrique, de nome Elizabete da Silva Peçanha. Nessa época, o pedreiro tinha cerca de dez anos. Geraldo foi condenado, na época, a doze anos de prisão.
Carlos Henrique diz ter crescido ouvindo a história da morte de sua irmã. Ele contou que sempre ouviu que Geraldo Vermelho foi a uma “venda” e comprou uma faca dizendo: “hoje mato uma capada”. Geraldo nutria, contou Carlos Henrique, uma paixão não correspondida por Elizabete e por isso resolveu matá-la. A mulher estaria grávida quando foi morta.
Dr. Carlos Roberto explicou que Carlos Henrique vai responder por tentativa de homicídio qualificado pela dissimulação, considerado crime hediondo. Ele não demonstrou qualquer arrependimento.
As investigações agora buscam identificar o segundo envolvido.
Carlos Henrique Cruz

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