As chuvas constantes surpreenderam a população de Manhuaçu com a segunda enchente de 2009. A cidade amanheceu no sábado (05) apreensiva ao notar a elevação do nível das águas e durante a manhã, enquanto continuava a chover, começaram as mudanças. A partir de 14 horas (foto), as águas ganharam as ruas e começaram a entrar nos imóveis da região ribeirinha. No final do dia, pontes cobertas pelas águas e mais de 2000 pessoas desalojadas. A Prefeitura Municipal decretou Estado de Emergência e sete famílias foram retiradas de casas em áreas de risco e abrigadas. No domingo (06), as águas baixaram e foi iniciada a limpeza.
A exemplo da enchente de janeiro deste ano, a inundação aconteceu durante o dia. As águas do rio começaram a ganhar volume durante a madrugada, mas foi pela manhã e, principalmente, à tarde que entraram nas casas e ruas. “Assim ainda é menos complicado. Durante o dia é possível conseguir mais ajuda para uma mudança e ver o que está acontecendo”, contou um dos moradores da rua Júlio Bueno, mesmo lamentando a necessidade de passar por outra enchente.
Acompanhando os avisos em rádios e na internet, moradores anteciparam qualquer problema. O prejuízo foi mínimo. “Nós notamos que muitas famílias conseguiram retirar os móveis e os comerciantes fizeram a mudança em suas empresas. Naturalmente, haverá prejuízos com a sujeira e eventuais danos, mas acreditamos que foi possível evitar um impacto maior”, avalia o Secretário de Obras José Carlos dos Reis. Equipes da Secretaria de Obras auxiliaram o dia todo em mudanças na cidade.
Cerca de 1.500 pessoas ficaram desalojadas por causa das chuvas, segundo a Defesa Civil de Manhuaçu. O Prefeito Sérgio Breder esteve nos locais mais afetados e no Almoxarifado. No final da tarde, ele decretou Estado de Emergência.
Segundo a coordenadora da Defesa Civil, Maria Tereza Nacif, o rio Manhuaçu subiu rapidamente por volta das 14 horas, colocando a população ribeirinha em alerta. Boa parte dos moradores se acomodou em terraços que eles já haviam construído por causa das enchentes que acontecem todos os anos.
Ela informou que a enchente pode ser considerada de médio porte, uma vez que o rio subiu quatro metros. "Em janeiro deste ano, em que tivemos uma enchente de grandes proporções, o rio chegou a subir sete metros", disse. A coordenadora explicou que, no final da tarde, o rio se mantinha em um nível estável o que deixa a população e as autoridades um pouco mais aliviadas. Entretanto, ela confirma que o município está registrando deslizamentos de terra por causa da chuva e mantém o plantão da Defesa Civil, Polícia Militar e Corpo de Bombeiros.
A Secretaria de Saúde montou um ambulatório para emergências na antiga clínica da Unimed (no Centro), já que o Pronto Socorro ficou isolado do outro lado do rio Manhuaçu.
EXTENSÃO
Ainda é cedo para medir a extensão dos estragos causados pelas chuvas. A enchente tomou contra de três pontes: dos Arcos, Estreita, Luís Cerqueira, fechou as passagens pelas ruas Júlio Bueno, Antônio Welerson, Faustino Amâncio, Olímpio Vargas, Juventino Nunes, Josias Breder, Capitão Paulo Carneiro, Francisco Fialho e a avenida Melo Viana. Centenas de famílias tiveram que deixar suas casas e foram para junto de familiares e vizinhos. A delegacia e a cadeia ficaram isoladas.
O Corpo de Bombeiros atendeu várias ocorrências de deslizamentos de terra no bairro Santana, Santa Terezinha, Engenho da Serra e rua Capitão Rafael. Não houve feridos. A Defesa Civil retirou sete famílias de casas em locais de risco. No início da noite, Bombeiros e Policiais Militares tiveram trabalho para tirar um bêbado das águas do rio. Ele insistia em “brincar” nas águas perto do parquinho, no Bairro Sagrada Família.
ZONA RURAL
Nas comunidades rurais, o volume de águas entre Manhuaçu e Realeza impressiona. As áreas de várzea foram tomadas pela cheia do rio Manhuaçu. O mesmo cenário era constatado facilmente nas áreas do ribeirão São Luiz (perto de Ponte do Silva e Vila Formosa) e no Ribeirão da Cabeluda, em São Pedro do Avaí. Os moradores do distrito foram surpreendidos quando a água invadiu a praça Euzébio Dutra e inundou a região central da comunidade.
DE NOVO
Os moradores de Manhuaçu já estão acostumados com o problema. Além do plano emergencial montado pelos órgãos responsáveis, cada comerciante e até a mais jovem das crianças já conhece o que fazer em caso de enchente. O problema é justamente essa rotina. Foi a segunda vez somente em 2009.
Passada a enchente, é preciso que as autoridades dêem uma resposta efetiva. Existem soluções para o problema. Elas foram apresentadas pela ONG Pró-Rio Manhuaçu com base em estudos técnicos. Outro ponto prioritário: é necessário implantar um sistema de alerta eficiente.
TELEFONES DE EMERGÊNCIA
Defesa Civil (33) 3332-3874 ou 3332-3861
Bombeiros 193
Polícia Militar 190
Carlos Henrique Cruz
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