Estrada que liga São José do Goiabal ao Vale do Aço pode sair do papel

Uma novela de quase 40 anos está prestes a terminar. A pavimentação da MG-760, que liga a cidade de Timóteo a São José do Goiabal, está se aproximando do fim. Em audiência pública da Comissão de Transporte, Comunicação e Obras Públicas da Assembléia Legislativa de Minas Gerais realizada na última sexta, 14, o coordenador do Departamento de Estradas de Rodagem (DER-MG), Nívio Pinto de Lima, anunciou que o projeto para levar o asfalto ao trecho de 62 quilômetros da estrada foi iniciado neste mês e deve ser concluído no segundo semestre de 2009. A reunião foi realizada no Parque Estadual do Rio Doce, a pedido do vice-presidente da comissão, deputado Juninho Araújo (PRTB) e contou com a presença do prefeito da cidade de Dionísio, Weber Americano (PMDM) e representantes do DER.

O representante do DER explicou que, após a conclusão do projeto, será feita a licitação para escolha da empresa que vai executar a obra. "Existe um plano que é de 1987 e já ficou obsoleto. Por isso estamos trabalhando em outra frente. Não se trata só de asfaltar, mas de fazer uma ligação entre as BRs 381 e 262", comenta.

Depois de pavimentada, a via vai aproximar o Vale do Aço da BR-262, ligando a região à Zona da Mata. A estrada vai possibilitar ainda o incremento do turismo no Parque Estadual do Rio Doce, a maior reserva de Mata Atlântica de Minas Gerais.

Riqueza Verde

O Parque Estadual do Rio Doce recebe anualmente 30 mil visitantes, além de estudantes e cientistas de todo o Brasil e do exterior. A diretora de Áreas Protegidas do Instituto Estadual de Florestas (IEF), Aline Tristão, informou que neste ano foram investidos R$ 12 milhões na estrutura da reserva.

Apesar de favorável ao asfalto, o gerente do parque, Marcos Vinícius de Freitas, mostrou-se preocupado com a pavimentação da LMG-760. Ele frisou a necessidade de se investir no turismo sustentável, sem impactos negativos sobre a fauna e flora locais. Marcus Freitas está especialmente preocupado com um pequeno trecho da estrada que, segundo ele, passará muito perto do parque. "As conseqüências podem ser o aumento da caça e da pesca predatórias, incêndios e atropelamento de animais", afirmou.

O coordenador do DER, Nívio de Lima, afirmou que todas as medidas ambientais estão sendo tomadas. Segundo ele, é possível que haja participação de ambientalistas no projeto, dando sugestões e oferecendo subsídios para minimizar o máximo os impactos do asfaltamento da estrada. No fim da reunião foi feito um acordo para que pelo menos um representante do IEF e da Policia Militar Ambiental acompanhe o projeto de pavimentação da LMG-760.

Fonte : Monlevade Online