Delegado Dr. Carlos Roberto Bastos explica que os desvios podem ultrapassar 6 milhões de reais |
Nove volumes e milhares de páginas mostram o caminho do dinheiro desviado do SAMAL entre 1999 e 2008 |
Os extratos bancários do contador Silvio Nunes mostram 43 transferências da conta do SAMAL para a conta dele em 2008: 330 mil reais |
A Polícia Civil prendeu na manhã deste sábado, 03, o ex-secretário de obras de Manhuaçu, José Carlos dos Reis, o ex-administrador do SAMAL, Carlos Roberto de Souza e o contador da autarquia na época Sílvio Nunes de Carvalho. Inquérito da Polícia Civil mostra desvios de 1,7 milhão de reais, mas o delegado Dr. Carlos Roberto Bastos afirma que mais de seis milhões de reais teriam sido desviados ao longo de dez anos.
A investigação no SAMAL começou em 2009 a partir de uma auditoria solicitada pela Prefeitura Municipal. Foram identificados desvios em 2007 no valor de 258 mil reais e em 2008 de mais 313 mil reais. “No decorrer das investigações descobrimos que os desvios ocorriam desde 1999 e nestes dez anos foram cerca de seis milhões de reais. Sobre quase dois milhões os recursos foram apropriados pelos três funcionários”, declarou o delegado Dr. Carlos Roberto Bastos.
Segundo ele, o esquema foi criado a partir de contratações de empresas para serviços emergenciais e de trabalhadores para a limpeza urbana pela autarquia. “O SAMAL não possui recursos próprios. Todos os meses, o contador enviava uma solicitação para a prefeitura de quanto ele precisava. Eles sempre recebiam bem acima do que precisavam. Eles pagavam as despesas e o que sobrava era transferido para as contas pessoais”, detalha.
José Carlos e Carlos Roberto foram localizados e presos nas casas deles logo na manhã deste sábado. O contador Sílvio Nunes foi procurado em Espera Feliz e em Manhuaçu, mas não foi encontrado. Ele se apresentou na delegacia. Os três estão presos por cinco dias, mas se houver necessidade podem ficar recolhidos por mais tempo. A prisão preventiva pode ser solicitada, contudo vai depender do que acontecerá nos depoimentos.
De acordo com o delegado responsável pelas investigações, Sílvio Nunes afirmou, em depoimento, que ele só servia para que o dinheiro fosse desviado e que sacava os valores em um banco, colocava num envelope e passava para o então prefeito. É uma alegação dele. O contador tem que provar que não sacou o dinheiro e comprou bens para si ou no nome de terceiros, ou mesmo transferiu para outras pessoas”. O então prefeito Sergio Breder foi ouvido em depoimento e negou que recebia esse dinheiro.
Na próxima semana, a Polícia Civil quer ouvir todas as pessoas que trabalharam no SAMAL desde 1999 e que tinham algum vínculo para as transferências entre a Prefeitura a autarquia. Todos que deveriam fiscalizar também serão investigados por condescendência criminosa.
Outra conduta que será apurada é com relação aos bancos envolvidos. “Os funcionários movimentavam quantias de mais de 100 mil reais em períodos curtos e os bancos deveriam comunicar isso ao Banco Central. É um mecanismo criado em 98 para evitar desvios de recursos e lavagem de dinheiro e isso não foi feito”, detalhou.
Portal Caparaó
José Carlos dos Reis
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Carlos Roberto
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Sílvio Nunes
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