Um fato inédito para a Saúde de Muriaé ocorreu na noite de quinta-feira (9), quando foi realizado o primeiro procedimento de doação de órgãos na cidade. A retirada dos órgãos para doação foi realizada no Hospital São Paulo, por uma equipe do MG Transplantes de Juiz de Fora.
Os órgãos foram doados pela família de um trabalhador rural, de 58 anos, morador na região da Fazenda Veigas, no distrito de Belisário. O paciente foi internado na terça-feira (7), após sofrer um Acidente Vascular Encefálico (AVE), mais conhecido como “derrame cerebral”, vindo a ter morte encefálica. A doação de órgãos é possível quando ocorre a morte encefálica do paciente, onde não há mais possibilidades de recuperação. No curto período em que o organismo ainda se mantém vivo após a morte encefálica, é possível fazer a retirada de alguns órgãos e transplantá-los em outros pacientes.
Para um dos filhos do doador, o gesto servirá para conscientizar outras famílias da importância de se doar vida. Segundo a psicóloga Dra. Célia Freitas Bandeira de Melo, membro da Comissão Intra-Hospitalar Para Doação de Órgãos Específicos Para Transplantes o doador era uma pessoa de vida saudável, o que possibilitou o procedimento. Há vários anos o hospital vem trabalhando com o Programa de Captação de Órgãos, com treinamentos em Juiz de Fora, e agora, surge o primeiro resultado efetivo. “Estamos em permanente contato com a equipe do MG Transplantes e tivemos alguns casos em que a família aceitou o processo de doação, mas o organismo do paciente não resistiu e veio a óbito. Agora, conseguimos, pela primeira vez, confirmar uma doação”.
A equipe do MG Transplantes conseguiu captar os rins e as córneas do doador. Outros órgãos poderiam ser aproveitados, mas isso dependia de uma equipe de Belo Horizonte, que ficou impossibilitada de vir à cidade devido às condições do tempo, que impossibilitaram o vôo de helicóptero.
Os órgãos doados beneficiarão pelo menos quatro pacientes que fazem parte de uma fila única nacional. A Dra. Célia explica que pacientes de Muriaé estão nessa fila única para receber transplante de órgãos, como pacientes da hemodiálise. Contudo, como a fila é única em todo o país, dificilmente um paciente daqui será beneficiado com as doações feitas na cidade, mas as doações contribuem para a fila andar. “O fato de saber que estamos colaborando com esse processo nos traz uma alegria muito grande, saber que estão acontecendo transplantes e que vidas estão sendo salvas”, disse.
O Hospital São Paulo já realizou campanhas para incentivar a doação de órgãos na cidade e a expectativa é que após esse primeiro procedimento, as portas sejam abertas para novas doações, ajudando outras pessoas a recuperarem a alegria e as condições de viver.
Fonte: Interligadonline.com
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