domingo, 21 de abril de 2013

Médico seria um dos presos por morte de jornalista em Ipatinga


O investigador José Cassiano Guarda e o médico-legista da Polícia Civil de Ipatinga José Rafael Miranda Americano seriam os primeiros detidos durante as investigações dos assassinatos do jornalista Rodrigo Neto, no dia 8 de março, e do fotógrafo Walgney Assis Carvalho, no dia 14 deste mês. Os nomes foram revelados pelo jornal "Diário do Aço", mas não foram confirmados pela corporação.

Além de legista, Americano também atua em um hospital da cidade. Ele e José Guarda são lotados na 1ª Delegacia Regional de Ipatinga, mesma unidade onde atuava o delegado Gilberto Simão, substituído anteontem pela delegada Irene Angélica Franco. A Polícia Civil confirmou que existem indícios das participações dos dois nas mortes, mas nada será revelado antes dos depoimentos. Os suspeitos já estão recolhidos na Casa de Custódia da corporação, no bairro Horto, na região Leste da capital. A reportagem tentou localizar parentes e amigos dos suspeitos, mas ninguém foi encontrado.

Ontem, o chefe da Polícia Civil em Minas, Cylton Brandão, afirmou que novas prisões podem acontecer a qualquer momento. As sedes do 12º Departamento de Polícia Civil e da 1ª Delegacia ficaram fechadas durante todo o sábado, e a movimentação de policiais civis em Ipatinga era pequena. Mandados de prisão para suspeitos de outros 14 crimes também já teriam sido expedidos. Pelo menos cinco testemunhas de homicídios na cidade foram transferidas para outros Estados.

Para os jornalistas da cidade, no entanto, o medo ainda está longe de acabar. O clima ainda é de preocupação entre os profissionais da imprensa. "Nunca se viu tanta polícia nas ruas. É como se a cidade estivesse sitiada", disse um dos profissionais da imprensa referindo-se às várias blitze da Polícia Militar (PM). Ele pediu para não ser identificado. 

Somente em uma avenida, três barreiras policiais foram montadas, ontem e anteontem, em um trecho de cerca de dois quilômetros. O comandante do 14º Batalhão da PM de Ipatinga, tenente-coronel Edvânio Carneiro, disse que as ações são preventivas e "para trazer segurança à população".

Alívio. Os primeiros resultados da investigação deixou o irmão do jornalista Rodrigo Neto aliviado. "Se já prenderam dois, acredito que no final vão chegar a quem foi o responsável por tudo isso", disse. A identidade dele será preservada. Já a mulher de Neto não aceitou conversar com a reportagem. Por medo, ela se mudou.

Fonte: O Tempo

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