quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Mudança no comando do 11° Batalhão encerra gestão do Coronel Rhodes e apresenta novo comandante nesta quinta-feira


De antemão, quero agradecer aos convites enviados pelo 11° BPM para a cerimônia de hoje e, principalmente, ao Coronel Rhodes pela atenção de sempre e desejar sucesso no prosseguimento de sua vida. Ao novo comando, desejo uma gestão vitoriosa e combativa aos inúmeros casos de violência urbana e rural que assolam nossa região. (Willian Chaves)
O Coronel Luiz Carlos Rhodes de Souza se prepara para passar o comando do 11º Batalhão de Polícia Militar, sediado em Manhuaçu, para o Tenente-Coronel Wanderson Santiago Barbosa. A cerimônia está marcada para hoje, 21, às 19 horas.
Já na Reserva da Polícia Militar, o comandante Rhodes avalia o período de quase 30 anos na corporação, relembra ações e os desafios do comando do batalhão e fala das perspectivas para o futuro em Manhuaçu.
Em entrevista à Rádio Manhuaçu, Luiz Carlos Rhodes contou que ingressou na Polícia Militar depois de servir no antigo Tiro de Guerra, em 1983. “Eu sou um defensor da volta do Tiro de Guerra. Foi o meu primeiro contato com a área de segurança. Conheci 50 pessoas em 1983 que são meus amigos até hoje e, no ano seguinte, prestei concurso para a Polícia Militar, carreira que passei a amar desde então. Eu fui premiado por essa conquista de entrar como soldado e vir a comandar todo o batalhão, que hoje tem 24 municípios sob sua responsabilidade”.
Para ele, a carreira policial permite as maiores oportunidades de servir a população. “Foi isso que aprendi durante esses 29 anos na Polícia Militar: servir às pessoas, participar da comunidade e buscar soluções. O maior trabalho do policial, diferentemente do que as pessoas imaginam, não é prender as pessoas e cercear liberdades, é sim resgatar vidas. Foi isso que aprendi e vim aplicando como profissional de segurança pública”, ensina.
TRÊS DÉCADAS
O oficial ainda destaca que nessas três décadas, a Polícia Militar passou por profundas transformações, se aproximou da sociedade e implantou políticas de participação comunitária. “A Polícia Militar é um reflexo do que temos na sociedade. Os profissionais que atuam na Polícia Militar têm experimentado uma evolução ao longo dos tempos, até mesmo para ter o discernimento de que não somos objeto de uso de pessoas. Muitas vezes, as pessoas imaginam que muda governo e este utiliza a Polícia Militar para determinada função. Hoje, a PM caminha com uma doutrina própria de emprego. Eu deixo o comando e a PM vai continuar prestando serviço à comunidade. Ela caminha sozinha. É uma instituição que experimentou uma evolução e os profissionais estão cada vez mais qualificados para prestar o serviço e conscientes do seu papel na sociedade”.
Rhodes argumenta que a população também está mais atenta e deve participar mais. Com o estado democrático de direito plenamente instalado na sociedade, já não é aceitável que más condutas sejam praticadas. A sociedade deseja o que é justo e as pessoas estão cada vez mais se conscientizando que o jeitinho brasileiro não é o mais adequado. “Você não tem que levar vantagem em tudo para obter sucesso, felicidade e resultados. Na verdade, o que se tem que entender é que quando tem por objetivo o coletivo, o que é de todos, todos ganham. Quando as pessoas tentam obter uma vantagem apenas pessoal, temos uma disputa perversa, onde ganha o que é mais forte ou poderoso. A nossa sociedade não aceita e não há mais espaço para isso. O ganho tem que ser da comunidade como um todo”.
GESTÃO
Formado em Administração, o Coronel Rhodes explica que isso foi fundamental para o cotidiano de lidar com as pessoas. “Isso me proporcionou, junto com o dia a dia de gestão na Polícia Militar, entender esse caráter que reveste o papel do gestor, do líder e do chefe. Eu fui a cada dia colocando em prática esse conhecimento no tratamento com as pessoas. As pessoas são diferentes, querem um tratamento personalizado, possuem potencialidades e condições diferentes”.
Ele defende que o papel do gestor é identificar isso, tirar o melhor proveito de cada pessoa naquilo que ela é boa e minimizar aquilo que ela tem deficiência. “Eu saio do batalhão, mas deixo 450 amigos que eu ajudei a formar, procurei auxiliar na solução de problemas e que conquistei a amizade. É claro que não tenho o pensamento hipócrita de que tenho aprovação unânime. Quem é gestor, em algum momento, por atuar com princípios de justiça, equidade, tem que dizer não e até chamar atenção, como um bom pai faz. Nem toda solicitação tem como ser atendida. Lógico que a forma de dizer não, de dar feedback às pessoas é diferente e faz parte do estilo pessoal. Isso é parte da competência que o gestor adquire ao longo de sua existência”.
No ano de 2011, o 11º BPM obteve o melhor desempenho no cumprimento de metas do acordo de resultados, dentre todas as unidades de área da PMMG, sendo que as intervenções e ações garantiram sustentabilidade nos resultados em 2012.
Rhodes esteve durante dois anos como subcomandante e outros dois como comandante do 11º BPM. Para ele, as principais mudanças foram relacionadas a gestão moderna e eficiente da unidade e da região.  “Posso dizer que consegui, com toda a minha equipe, implementar um novo formato de gestão com ingredientes da administração da iniciativa privada na gestão pública: resultados, metas, controle, mensuração do que se faz, tratamento cientifico das informações. Conseguimos avançar alguns passos na capacitação dos seres humanos e cumprindo compromissos com segmentos da sociedade que são clientes da Polícia Militar”.
Na área de 24 municípios, a população é dividida em 40% rural e 60% urbana. Ele salienta que teve como objetivo dar uma atenção especial ao meio rural que muitas vezes fica distante e afastado de alguns recursos. “Criamos uma política de atendimento à zona rural com ações pontuais para esse setor, com patrulha rural, uma filosofia de polícia comunitária e aproximação maior. Experimentamos um avanço nesse sentido”.
A equipe do 11º Batalhão implementou em 2012, o programa denominado "Transformação Social: Família e Cidadania". Trabalharam quatorze temas com o envolvimento de vários parceiros de todos os segmentos sociais. Ao avaliar o resultado, Rhodes considera o saldo muito positivo.
NOVO COMANDANTE
O Coronel Luiz Carlos Rhodes também destacou a satisfação em passar o comando para o Tenente-coronel Santiago. “É um oficial que tem história com Manhuaçu. Prolonguei a minha estada no comando até para proporcionar que uma pessoa que tem ligação com a essa cidade assumisse o cargo de comandante. É um momento festivo para mim e especial para Manhuaçu por receber uma pessoa tão comprometida com o trabalho da Polícia Militar e a nossa região”.
No encerramento da entrevista, ele também agradeceu a todos os policiais que o ajudaram até aqui. “Que os militares continuem tendo esse caráter de prestação de serviço, tenham honradez e recebam as críticas da comunidade como molas propulsoras para melhorar o serviço. Quero também agradecer a Deus de forma especial, aos meus familiares, a minha esposa Maria Márcia e aos meus filhos Mateus e Luisa”, finalizou.
Carlos Henrique Cruz

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