A Assembleia Legislativa de Minas (ALMG) gastou, em 2013, R$
234 mil para manter e reparar uma aeronave estragada que sequer saiu do chão
durante todo o ano. Com o modelo Xingu parado – cedido pelo governo do Estado
–, a Casa precisou lançar mão de fretamentos, e não economizou. Entre janeiro e
dezembro, foram pagos R$ 1,86 milhão para duas empresas que prestaram o
serviço.
Com o valor, seria possível rodar 133 mil km – média de 364 km por dia durante os 12
meses –, o que garantiria aos deputados, pelo menos em tese, presença constante
em todas as regiões do Estado.
Entre janeiro e novembro, a Casa teve à sua disposição a
aeronave Xingu, fabricada pela Embraer, para o transporte dos parlamentares em
compromissos institucionais em que representassem a Assembleia e em atividades
do exercício, como reuniões de comissões pelo interior. O modelo tem capacidade
para levar até sete passageiros.
Mesmo com uma aeronave parada e sem pertencer à Casa, o
Legislativo bancou as despesas mensais do avião. Segundo a assessoria de imprensa
do Legislativo, havia um convênio com o Estado que vigorou até o início de
novembro de 2013, quando o equipamento foi devolvido ao Executivo.
Só no último mês do convênio, os custos com a manutenção e o
reparo somaram R$ 72 mil. Em dezembro, foram empenhados outros R$ 23 mil. Ainda
segundo a Casa, esses valores lançados na execução orçamentária podem se
referir a serviços prestados em meses anteriores. Todas as notas de reparo
foram pagas à Algar Aviation Taxi Aéreo.
Fretes.
Para compensar os voos não realizados pela aeronave
estacionada, o Portal da Transparência da Assembleia revela que, entre janeiro
e dezembro, os deputados contrataram regularmente os serviços da Líder Taxi
Aéreo e da Algar.
Só em outubro, os pagamentos para as duas empresas somaram
quase meio milhão de reais (R$ 434,6 mil). As viagens são frequentes até mesmo
em meses em que as atividades são consideravelmente reduzidas. Em janeiro do
ano passado, os fretamentos demandaram R$ 122 mil.
Levantamento feito pela reportagem de O TEMPO com as mesmas
fornecedoras da Assembleia mostra que, por exemplo, ida e volta entre a capital
e Montes Claros, no Norte de Minas, em uma aeronave capaz de transportar oito
pessoas, saem por R$ 15 mil na Líder. A Algar cobra R$ 9 mil pelo mesmo fretamento
em um avião com capacidade para cinco pessoas.
Sem resposta
Explicação. Procurado, o presidente da Casa, deputado Dinis
Pinheiro (PP), não foi localizado pela reportagem nem pela assessoria da
própria Assembleia para comentar as despesas.
Viagens
Cota. Além de arcar com os voos fretados, a Assembleia ainda
bancou viagens que entram na cota da verba indenizatória de cada um dos 77
deputados. Por mês, as despesas com passagens, hospedagem e alimentação em Minas Gerais ou
Brasília podem chegar a R$ 5.000.
Agência. A Casa ainda tem contrato com uma agência de
viagens para também garantir os deslocamentos.
Fonte: O Tempo
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