Manifestação da cafeicultura busca apoio do comércio

MANHUAÇU (MG) - Líderes do movimento que parou as BRs 262 e 116 em Realeza, reivindicando melhores preços para o café, buscam a adesão do comércio de Manhuaçu para a manifestação de segunda-feira, dia 08. A justificativa é justamente que a economia regional é baseada no café.

Para o presidente da Associação Comercial, Industrial e de Agronegócios (ACIAM), Antônio Carlos Xavier da Gama, ressalta que a manifestação quer levar ao governo federal a dificuldade que os produtores estão passando e que reflete em todo o comércio. “A nossa cafeicultura emprega muitas pessoas e é baseada em pequenos e médios produtores. Tem que ter incentivos e garantias mínimas para o produtor. O cafeicultor das Matas de Minas só tem sido prejudicado. O problema é justamente que o mercado fica fraco e isso afeta diretamente o nosso comércio”, defende.

Segundo Toninho Gama, o Governo Federal salva montadoras, bancos e multinacionais e não faz nada para os cafeicultores que geram tanto emprego e renda. “Temos que ter taxas de juros diferenciadas, incentivo a produção e preço mínimo de verdade e não apenas um valor irrisório em relação ao custo de produção, como fizeram recentemente”, pontuou.

FORÇA DO CAFÉ

Segundo o relatório da CONAB/2013, a safra estimada de café para este ano é de aproximadamente 48,57 milhões de sacas beneficiadas. A produção de Minas Gerais está prevista para 25 milhões sacas. A região das Matas de Minas, incluindo Rio Doce e Central, é de 7,5 milhões de sacas.

A região de que reúne as regionais da Emater-MG de Manhuaçu, Muriaé e Viçosa tem previsão de 6 milhões de sacas. Na área de Manhuaçu, 3,3 milhões.

A região das Matas de Minas produz cerca de 24% da produção mineira e 12 % do Brasil.

Na região de Manhuaçu, segundo dados da EMATER-MG, a área plantada é de 145.742 hectares, sendo 129.595 hectares em produção, com uma produção estimada em 3.282.440 sacas beneficiadas de 60 kg e produtividade de 25,3 sacas/hectare (um pouco acima da produtividade média do Brasil, que é 23 sacas/hectare).

Carlos Henrique Cruz / Jailton Pereira