MANHUAÇU / CARATINGA (MG) - Três policiais rodoviários federais, um empresário e um motorista foram presos na manhã de terça-feira, 26/03, na “Operação Cerração”, realizada pela Polícia Federal (PF) em Governador Valadares em parceria com a Polícia Rodoviária Federal (PRF). A operação veio a partir de suspeitas de que policiais rodoviários federais estariam envolvidos em irregularidades na profissão.
A Operação Cerração deflagrada pela Polícia Federal, que iniciou investigações há cerca de um ano e meio, também prendeu um empresário e um caminhoneiro envolvidos. De acordo com informações divulgadas pela Polícia Federal, os policiais recebiam propinas para liberar veículos e cargas irregulares. A PF já descobriu que eles agiam nos postos de Caratinga e Realeza, na BR-116.
Os nomes dos policiais não foram divulgados, mas segundo apuração os policiais identificados pelas iniciais P e L já respondiam pelo mesmo tipo de crime cometido há alguns anos, quando inclusive foram denunciados pela Imprensa depois de receberem dinheiro de caminhoneiros. Um dos policiais é de Manhuaçu e os outros dois de Caratinga.
A PF baseou sua operação contando com informações da própria Polícia Rodoviária Federal. O empresário detido é de Santa Bárbara do Leste. Ele foi recolhido de casa logo pela manhã pelos agentes federais e levado para a sede da Delegacia da PF, em Governador Valadares. O empresário, identificado pelas iniciais R. M. atuava no ramo de transporte de cargas e teria sido autuado recentemente. Existe a suspeita de que ele possa ser testemunha-chave para confirmar o esquema.
Além de Santa Bárbara do Leste, os federais cumpriram mandados de busca e apreensão também em Caratinga, Manhuaçu, Medina e Piedade de Caratinga.
Segundo o delegado Cristiano Campidelli, os policiais usavam o cargo público para obter vantagens, principalmente financeiras. “Esta operação teve início cerca de um ano e meio atrás, após recebermos informações de que policiais rodoviários federais estariam praticando crimes na própria ação nas rodovias, principalmente nos postos de Caratinga e Realeza. De posse disso, iniciamos as investigações num trabalho conjunto com a Corregedoria da Polícia Rodoviária Federal, coletamos provas durante este um ano e meio de investigações, concluindo que esses policiais estavam participando de forma passiva e ativa de crimes”, revela Campidelli.
Ainda de acordo com o delegado, os crimes eram a liberação de veículos abordados com irregularidades e a não aplicação das devidas penalidades. “Essas vantagens indevidas que eram cobradas, solicitadas ou recebidas pelos policiais rodoviários federais eram no intuito de eles não autuassem determinados veículos irregulares e também liberassem veículos que tinham sido abordados em situação irregular”, revela o delegado.
CARVÃO
O empresário preso é dono de uma transportadora de cargas de carvão e pagava aos policiais para que seus caminhões ficassem sempre impunes. Outro preso é um caminhoneiro que arregimentava cargas e negociava diretamente com os policiais rodoviários nos postos da rodovia BR-116 para facilitação de passagens de cargas em situação irregular.
Os policiais vão responder por corrupção passiva e os outros dois presos por corrupção ativa. Segundo Campidelli, as penas para os crimes variam de dois a doze anos de prisão. Os policiais podem perder os cargos públicos em caso de condenação ou por meio de processo administrativo (sindicância) para apurar os crimes. A polícia ainda não divulgou o local onde os presos estão acautelados, nem a identificação oficial de cada um deles.
Fonte: Assessoria de Comunicação da Polícia Federal / Diário das Gerais / Diário do Rio Doce / Portal Caparaó